sexta-feira, 24 de julho de 2009

Despedida

A Flor ou o Cacto, eles me perguntam. Ora, é possível dizer de nós, seres humanos, complexos e não-lineares, cactos ou flores? A resistência e rusticidade de um não anulam a fragilidade e delicadeza do outro. Há momentos em que acordamos flor e dormimos cacto, como o contrário também é verdadeiro.

A Flor e o Cacto, portanto, não são dois, mas um. Partes complementares, dois lados de uma mesma moeda. Ou deveriam ser. É por isso que venho me despedir desse blog. Falta-nos a devida unicidade, a conjunção que a natureza soube fazer tão bem. Tenho certeza, porém, de que o Geraldo continuará escrevendo com o lirismo e a dureza inerentes a todo ser humano, mas que, como poucos, sabe expressar tão bem.

Aproveito para deixar o link de meu novo blog: http://outraliteratura.blogspot.com

Grande beijo aos amigos,

Nadya

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Escrevo

Escrevo como quem cospe sangue pisado

Vermelho, ainda,
de vida

Amargo, porém,
cor de barro.

Uma aprendizagem

(À Clarice Lispector)

Começastes
Vírgula imbecil
Gritava eu desesperadamente em busca da capitular.

Tiraste-me o início dos olhos, capital e modelar.

Trevava em sangue minha crise em veias alheias a meu coração.

Não sinto
Nada vejo como antes

Terminastes, bandida de certezas inúteis,
Com dois pontos
Verdadeiro e único olhar: