Coloco-me frente à frente
com a folha de papel.
Como riscá-la, palavra,
como acreditar que seus
traços foram em vão?
Decuido grotesco de mãos
sem razão, cuidado, culpa,
dor mesma de verter em
palavras que não calam
Como arriscar tornar-te
compreensível, palavra?
É tua vontade querer dizer?
É tua vontade querer ser?
Ah!, Palavra, risco-te pela necessidade
Risco-te sem ao menos poder em
silêncio
chorar um poema perdido
As personagens e situações aqui presentes pertencem à ficção. Não se referem, portanto, a pessoas ou fatos reais e não emitem sobre eles quaisquer opiniões.
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
terça-feira, 7 de setembro de 2010
Palavra: o nado inanimado
Aos poucos as palavras vão se afastando de mim
Notoriamente seus segredos não me querem se revelar
o que sinto, o que julgo, o que penso, penso, penso
sinto-as endurecer e se esvair rápido demais
Não há pensamento,
não há desejo e Drummond já me alertava
que não
bastava, que não era poesia e a poesia...
sem perceber eu a lia rápido demais e a rapidez se fez fera
e a rapidez
tomou meu corpo,
tomou meu sonho,
tomou meu universo líquido a mil por hora,
tomou o som
e emudeceu.
Tomou o significante,
tomou o significado e tomou a mim.
Agora, nado, nado no oceano de palavras mortas que não esperam
inanimadas
não aguardam
nada
de mais de mim e sacudo-as:
FALA!
grito em desespero que me surrem o rosto (ACORDA, POETA), que me [raspem o coração até sangrar e arder muito pra que eu possa, enfim
Palavra
Notoriamente seus segredos não me querem se revelar
o que sinto, o que julgo, o que penso, penso, penso
sinto-as endurecer e se esvair rápido demais
Não há pensamento,
não há desejo e Drummond já me alertava
que não
bastava, que não era poesia e a poesia...
sem perceber eu a lia rápido demais e a rapidez se fez fera
e a rapidez
tomou meu corpo,
tomou meu sonho,
tomou meu universo líquido a mil por hora,
tomou o som
e emudeceu.
Tomou o significante,
tomou o significado e tomou a mim.
Agora, nado, nado no oceano de palavras mortas que não esperam
inanimadas
não aguardam
nada
de mais de mim e sacudo-as:
FALA!
grito em desespero que me surrem o rosto (ACORDA, POETA), que me [raspem o coração até sangrar e arder muito pra que eu possa, enfim
Palavra
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