Coloco-me frente à frente
com a folha de papel.
Como riscá-la, palavra,
como acreditar que seus
traços foram em vão?
Decuido grotesco de mãos
sem razão, cuidado, culpa,
dor mesma de verter em
palavras que não calam
Como arriscar tornar-te
compreensível, palavra?
É tua vontade querer dizer?
É tua vontade querer ser?
Ah!, Palavra, risco-te pela necessidade
Risco-te sem ao menos poder em
silêncio
chorar um poema perdido
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