terça-feira, 12 de outubro de 2010

Clair de lune

Debruçado em meus pensamentos
penso nela
notas cálidas, breves, profundas
chamas que em meu peito apavoraram...

Meu rosto de criança, meu sorriso
perdido em meio à multidão, ao frio,
em meio à grande cidade que come sonhos
que comeu os meus, que talvez tenha os dela comido também...

Como, se ao cair da noite, penso nela?
Como, se ao debruçar-me na janela, vejo-a

Nua

Branca

Marcada por guerras e ideais, inteiramente branca,
inteiramente só.

Seus dedos percorrem meu corpo
Seu sabor inebria meus sentidos

Deus, quisera entender o que me causa sua imagem
Sua luz, sua frieza, seu furor, sua rubra luz ao cair da noite em dias insuspeitáveis de fogo intenso em dias frios, frios e secos e sérios...

sérios demais

Lua rubra, vejo-te das pontes partidas em cidades inóspitas

Vejo-te em noites incandescentes de furor e loucura!

Vejo-te, nua, Lua, vejo-te inteira!

Desejo teu gosto em minha boca sedenta de desertos imemoriais...

Dos passos que dei, tua cor… teu cheiro, teu sabor...

Lua, Lua, Lua, sobe ao céu mais esta noite

Somente nesta noite, atende ao meu clamor!

Danço, canto, circunvoluo meu corpo, meus passos, meus sonhos… tribal, Lua...

Lanço-te o grito ancestral: faz de mim amor e mais nada.

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