sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Às vezes, mãe, às vezes, pai...às vezes entre... entre

Algo existe lá fora, neste momento. Penso em ser a garoa que cai fina, por onde moro. Penso em ter demarcadas as minhas aflições em minha face, por isso choro. O socorro de onde vem? Agora, já não mais pergunto. Sinto, sei, existo e vivo tudo isso.
Entre, professor, entre.
O caminho tão sofrido. Pai, mãe, sofri como um cão. Agora chego a pensar em outras coisas... o colorido das vozes dos rapazes que jogam futebol e que têm o Sol por cima deles e o chão onde pisar.
Penso em meus pés. Às vezes, vezes às vezes, pensar em não pensar e sentir-me pensando. “- O que faço aqui, meu Deus?!?” Sorriso bom, não estou mais lá nem cá.
Chego ao ponto de que partia, Carlos, a vida liberta-me e vivo livre. E as notícias, pai, mãe, são boas.
A tempestade passou. O correio já chega por aqui, a internet também, foi ontem. Ontem mesmo eu vi meus olhos na velha fotografia da gaveta da mãe, pai. Como eram distantes os olhos meus, Pai. Agora, perco a hora, sempre eles se encontram nos relógios, nos compromissos...
Eram próximos, Mãe, eram próximos, Pai.
Algo existe ao luar, neste momento, penso serem casais que se amam em fervor à luz e à sombra da Lua. O cheiro do orvalho os enebria... sei, sinto, tinto sangue os vive em vida e ainda os solitários esquadrinhando a solidão das calçadas vazias à noite, andam e vejam só, estão sós...
Quando acordei que cresci, restaram saudades, aprendizados e esperança.
Entre, pai, entre, mãe... Entre.
A vida se me mostra, sulcos em minha face. O mar se abre adiante sobre o mundo.
Sinto, sei, existo e vivo.
Entre.

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